Criado em São Paulo, o Biscoito Globo comemora 50 anos na cidade em que está estabelecido desde
1955
Inicialmente em São Paulo, os três irmãos, Milton, Jaime e João Ponce Fernandes, foram
trabalhar na padaria de um tio e um primo ensinou a receita. Vendiam nas ruas da capital.
Em 1954, vieram tentar a sorte no Rio, vendendo o biscoito no Congresso Eucarístico
Internacional. Venderam tanto que deixaram São Paulo.
Vieram para Botafogo, na Rua São Clemente, na padaria Globo, daí o nome. Em 1963, o
português Francisco Nunes Torrão, virou sócio do trio, fundando a Panificação Mandarino.
Os irmão trabalham na fábrica até hoje.
Lorena Castellan, que criou uma comunidade no Orkut em homenagem ao biscoito, diz:
- Quando criança, ia à Praia de Copacabana e meus pais compravam o biscoito. Hoje,
mantenho o hábito. Para mim, ele tem a cara do Rio. Não consigo imaginar outro produto
que ocupe esse lugar.
O biscoito já virou quitute de festas badaladas. Comemorações no Museu de Arte Moderna,
aniversários e até em inauguração de agências de publicidade. Lorena diz que acha que o
biscoito já tem fama de produto hype, cool: - Nas festas, mesmo colocado em lindas tigelas,
perde a graça; tem que ser consumido na embalagem original.
A estudante Ana Carolina Rodrigues conta: - Uma vez meu pai foi à fábrica e comprou um
saco igual ao dos ambulantes. Eu e meus irmãos adoramos o biscoito.
O publicitário Sérgio Gordilho, na agência África, diz que o biscoito é um código carioca,
uma tradição.
Renata Pisani, curitibana, endossa: - Quando penso nas praias da cidade, associo ao
biscoito. Venha há mais de 10 anos e sempre como.
Até o prefeito Cesar Maia é fã da guloseima e diz que o segredo do sucesso é: - A qualidade
e os locais de venda direta, nos jogos de futebol e na praia. Só de falar do biscoito,
o gosto veio à minha boca e o barulhinho do 'crack' também.
Francisco Lourenço Torrão, gerente de vendas e filho de um dos sócios, diz: - A produção
funciona de 8h às 20h, mas quem manda é o sol. Se ele sair, empacotamos até às 14h. Se o
dia estiver nublado, os funcionários vão para casa mais cedo.
Foto: Leonardo Rozário
Fonte: Jornal do Brasil
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